Hugo Rocha, medalhado de bronze em Atlanta '96, está no Mundial de GP42 como tático do Quebramar/Xacobeo 2010. O velejador algarvio de 37 anos, a viver um dos melhores momentos da sua carreira, mantém o objetivo de chegar à Taça America, mas não esconde que gostaria de fazer uma nova campanha olímpica de 470.
- Quais os objetivos do Quebramar/Xacobeo 2010 neste Mundial?
- O primeiro é tentar fazer regatas muito boas. No entanto, sabemos quais são as nossas limitações e devemos terminar em 4.º ou 5.º da geral. Esta tripulação navegou neste barco duas vezes, enquanto todas as outras têm mais experiência.
- Está a ser um ano fantástico em termos de carreira...
- Dei um passo muito importante no circuito medcup. O Bigamist fez um excelente trabalho e fiquei muito satisfeito com o trabalho que desenvolvi. Não podemos esquecer que estamos a falar do circuito mais importante a seguir à Taça América.
- Por falar em Taça América, estar numa tripulação continua a ser um dos objetivos pessoais?
- O tema da Taça América, neste momento, está fora de questão. Mas é óbvio que quero lá chegar. Por agora, há que ganhar experiência e é por isso que estou a participar em várias regatas de classes diferentes sempre como tático.
- Porquê tático e não leme?
- Porque tenho o perfil adequado. É uma função bastante criativa. Ser leme de um barco de 7 toneladas é monótono e rotineiro. Na minha vida desportiva tenho sido skipper e tático. As minhas metas estão bem definidas e optei por tático também porque se abriram mais portas.
- Como se desenha a tática de uma regata?
- Falamos com o meteorologista para conhecer bem as condições do dia. Estuda-se as probabilidades da intensidade e direção do vento, mas todos estes fatores têm de ser analisados no momento. Pode fazer-se tática para várias distâncias da regata, há várias condicionantes e tem de haver sempre dois planos devido a outras contingências.
- Arrepende-se de ter saído de Portugal?
- Jamais me arrependo. Estou em Espanha há cinco anos. Tive uma experiência na Quantum, agora estou na North Sails. Navego nas embarcações que quero e se estivesse em Portugal, não estou seguro de que teria tantas oportunidades. Mas tenho saudades.
- Foi elogiado por grandes nomes da vela mundial, sente-se recompensado?
- Esses elogios são uma grande alegria. Um velejador tem referências e quando estas começam a elogiar-te dá um ânimo muito grande. Sempre acreditei que fosse possível acontecer, mas temos de estar gratos a Pedro Mendonça (armador do Bigamist 7), que comprou um barco competitivo.
- Gostava de fazer uma nova campanha olímpica?
Sem dúvida que sinto vontade e adorava fazer uma nova campanha olímpica. É o sonho de qualquer desportista. Já me esqueci da medalha que conquistei e queria trabalhar nesse sentido com planeamento e rigor.
Fonte: Jornal Record
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário