quarta-feira, 9 de março de 2011

Reportagem ao Santiago da team Artemis.

Esta reportagem foi retirada do Blog do Juanpa Cadario e foi traduzida para Português. Peço desculpa se houver algum erro de tradução.

Fonte: Juanpa Cadario


Foto copyright Gilles Martin Raget-34 America´s Cup

Gracias a Santi por hacer un hueco en su apretada agenda y acceder a éste mi primer reportaje. Recordamos que Santiago es integrante del estudio de diseño del argentino Juan Kouyoumdjian, diseñador del equipo Artemis de Copa America.
La semana pasada tuvo la oportunidad de navegar el AC45 al timón del catamarán del equipo sueco y acá nos cuenta un poco cómo es navegar este nuevo bicho.
JPC

As Onze do Blog

1- Antes de falar do AC 45 e a tua experiência con Artemis, dános a tua visão da vela argentina de hoje e porque é pensas que em geral o argentino és ão negativo em relação às mudanças (exemplo a discução entre o S30 e o S33).

Penso que beneficiou a industria náutica argentina a nivel internacional 
Penso que o que a industria náutica argentina em todo o mundo é incrivel. Ainda mais tendo em conta as limitações e obstáculos que existem no nosso país.  Vejo também o grande apoio que existe entre os que se esforçaram nesta caminhada para este sucesso no exterior. Estou contente com o sucesso mas triste quando leio tantos comentários negativos entre nós. Há lugar para todos e quanto mais nos apoiarmos mutuamente mais sucesso a náutica argentina.

2- Convence-me porque é melhor uma Copa América com catamarans do que com monocascos.

Na minha opinião a copa América tem de ser a elite da vela em relação ao desenho dos barcos e tripulações. Os da versão 5 (Barcos da Copa America de 2007) claramente não eram. Logo podem-se fazer monovascos o catamarans. Estou convencido que os catamarans cumprem os requisitos para serem barcos para a AC. O AC 72 navegará a 20 nós à bolina e 30 à popa, com 11 tripulantes, têm de ser muito completos em todos os sentidos para poder manobra-lo.
Qual é a diferença entre um cata que navega em um só casco a partir dos 6 nós de TWS(True wind speed) e um monocasco?
A unica diferença entre um cata e um mono é quando o está com os seus cascos dentro de àgua. Uma vez que está num casco comporta-se como um mono casco com muitos benefícios e virtudes. Muita estabilidade sem ter que levar muito peso na quilha e boa flutuabilidade, muito mais sensível a afinações. Quanto a sensações é exactamente igual só que o catamaran é muito mais eficiente. Parece-me que muita gente falar contra os catas sem os conhecer.
Também não vejo razão alguma pela qual o Match Race tenha de ser em barcos lentos.
A minha experiência nos últimos meses, a velejar com pessoas que nunca tinham andado de catamaran, foi que todos estão contentes pelo espectáculo de navegar em catamarans.
Obviamente logo existe outra discussão muito diferente e que não tem a haver com o tema cata vs mono. BWO (Oracle Racing) está a fazer as coisas bem como novo organizador da CA?

3-  Agora falando do AC45,  conta-me os defeitos e virtudes.

O barco navega muito bem e está muito bem balanceado. Pessoalmente estava preocupado com a manobralidade e logistica da asa. Por um momento não parece ser grave para o 45, embora esteja preocupado nos 72 neste aspecto.

4- O desenho da asa quem o faz, o desenhador ou o fabricante de velas/asa?

Suponho que cada equipa tem a sua propria estratégia. Tenho visto que a North Sails e SS estão a trabalhar para que as equipas possam comprar uma asa a eles.
No caso da Artemis, Juan K é o principal desenhador para a asa e para o barco. Ele lidera toda a equipa de trabalho da JYD (Juan Yacht Design) com alguns novos integrantes.

5- A asa rígida tem um só ponto de afinação (Refiro-me à escota da grande) como uma vela grande? Como se sabe que está bem trimado?

O AC 45 tem três controlos principais, o traveller, o camber (o saco da vela) e o twist. O funcionamento e afinação é semelhante a uma vela convencional. Os conceitos são os mesmos, só que ao principio não se tem muita sensibilidade por ser rigida.

6- Qual é o controlo que mais se usa para trimar?

Todos, é igual a uma vela normal. O mais frequente é o traveller pois é a reacção mais imediata.

7- Qual é a mareação mais difícil para levar o barco?

Naveguei muito pouco tempo para poder responder mas penso que as bolinas são muito consistentes, pode-se velejar na mesma VMG em muitos angulos diferentes, o que fará com que a tarefa do táctico seja muito dificil. A eleição dos modos de fazer a regata seja a chave.

8- O que faz cada tripulante à bolina e à popa?

É como nos Extreme 40 e nas regatas inshore com os Volvo 70. Para mim é um grande passo para o nosso desporto. Pareceme muito mais interessante as regatas com tripulação minima para poder executar todas as manobras e que os tripulante não tenham de para de trabalhar. Este tipo de configuração faz com que o desporto seja muito mais completo e é fundamental para um evento de elite.

9- Como travas um cata com asa, há algum sistema que liberte o aparelho?

Novamente igual a uma vela normal. Tiras o Camber e deixas-a plana. Afinas o traveller para que ela não tenha angulo de ataque com o vento.

10- Nas regatas da 34 AC e agora que se modificou o tempo de entrada na linha de largada de cada barco, podemos esperar um verdadeiro duelo de Match Race na pré largada? Como se pode imaginar o novo jogo com os catas?

Estimo que não haja "dial up" por isso o fizeram assim. Haverá outras manobras muito interessantes. Por outro lado creio que na AC 32 uma alta percentagem das regatas se definiram no tempo e distancia e creio que na 34AC se pasara o mesmo.
Infelizmente não sabemos o precurso, o que faz com que seja muito dificil de responder à tua pergunta, mas estimo podermos ver muitas mudanças de posições. Também veremos mais a diferença de velocidade entre os barcos e principalmente por ser a primeira vez que se desenham barcos debaixo destas regras, da mesma maneira que houve em qualquer inicio de regra da Volvo ou AC. Não nos esqueçamos que a AC é uma competencia de desenho, tecnologia e organização para além de uma regata. Que se passou na primeira edição da Volvo Ocean Race? o ABN ganhou todas as etapas.

11- Para Uds. como equipa de desenho (Santi é integrante da Juan K Design) É mais completo desenhar um cata de 72 pés ou um Volvo 70?

Seria uma boa pregunta para Juan K, na minha opinião os dois são muito interessantes e completos. Hoje a grande diferença é que os Volvo 70 vão na 4a edição da regata e o AC72 é a primeira versão destes barcos. 

Uma ultima pergunta

1-Se estivesses que eleger um barco de todos que navegas-te qual é que elegias? Porquê?

Acima de todas as coisas gosto de velejar e competir. Posso disfrutar de qualquer barco e nao sou fanático de nenhum. O mais importante é o desafio e objectivo.
Como barco o que eu gosto mais é o tornado, simplesmente por que é aquele que mais desfruto de velejar. Com Camau (Camau Espínola, proa de Santi nas olimpíadas) sempre que saímos para treinar e se levanta o casco nos olha-mo-nos e diziamos "que prazer" que se disfruta de como desliza sobre a àgua, da sua eficiência, do efeito das afinações. O mesmo se passara a todos os que andem de AC45 ou num AC 72.

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